Pular para o conteúdo principal

O DIAGNÓSTICO DA DISLEXIA

Quando não se diagnostica a dislexia, ainda na educação infantil, os distúrbios de letras podem levar crianças de 8 a 9, no ensino fundamental, a apresentar perturbações de ordem emocional, efetiva e lingüística.


A dislexia é uma síndrome pouco conhecida e pouco diagnosticada por pais e educadores, especialmente os pedagogos e médicos, que se voltam ao desenvolvimento cognitivo das crianças na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio)
A dislexia é uma perturbação ou transtorno ao nível de leitura. A criança disléxica é um mau leitor: é capaz de ler, mas não é capaz de entender eficientemente o que lê.
O que chama atenção, à primeira vista, é que uma criança disléxica é inteligente, habilidosa em tarefas manuais, mas persiste um quadro de dificuldade de leitura da educação infantil à educação superior.
Uma estimativa, por baixo, é a de que, no Brasil, pelo menos, 15 milhões crianças e jovens sofram com distúrbios de letras. A dislexia é a maior causa do baixo rendimento escolar.
A linguagem é fundamental para o sucesso escolar. Ela está presente em todas as disciplinas e todos os professores são potencialmente professores de linguagem, porque utilizam a língua materna como instrumento de transmissão de informações.
Muitas vezes uma dificuldade no ensino da matemática está relacionada à compreensão do enunciado do que ao processo operatório da solução do problema.
Os disléxicos, em geral, sofrem com a discalculia (dificuldade de calcular) porque encontram dificuldade de compreender os enunciados das questões.
É necessário que o diagnóstico da dislexia seja precoce, isto é, os pais e educadores se preocupem em encontrar indícios de dislexia em crianças aparentemente normais, já nos primeiros anos de educação infantil, envolvendo as crianças de 4 a 5 anos de idade.
Quando não se diagnostica a dislexia, ainda na educação infantil, os distúrbios de letras podem levar crianças de 8 a 9, no ensino fundamental, a apresentar perturbações de ordem emocional, efetiva e lingüística.
Uma criança disléxica encontra dificuldade em ler e as frustrações acumuladas podem conduzir a comportamentos anti-sociais, à agressividade e a uma situação de marginalização progressiva.
Os pais, professores e educadores devem estar atentos a dois importantes indicadores para o diagnóstico precoce da dislexia: a história pessoal do aluno e as suas manifestações lingüísticas nas aulas de leitura e escrita.
Quando os professores se depararem com crianças inteligentes, saudáveis, mas com dificuldade de ler e entender o que lê, devem investigar imediatamente se há existência de casos de dislexia na família. A história pessoal de um disléxico, geralmente, traz traços comuns como o atraso na aquisição da linguagem, atrasos na locomoção e problemas de dominância lateral.
Os dados históricos de dificuldades na família e na escola poderão ser de grande utilidade para profissionais como psicólogos, psicopedagogos e neuropsicólogos que atuam no processo de reeducação lingüística das crianças disléxicas.
No plano da linguagem, os disléxicos fazem confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia como "a-o", "e-d", "h-n" e "e-d", por exemplo.
As crianças disléxicas apresentam uma caligrafia muito defeituosa, verificando-se irregularidade do desenho das letras, denotando, assim, perda de concentração e de fluidez de raciocínio.
As crianças disléxicas apresentam confusão com letras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço como " b-d". "d-p", "b-q", "d-b", "d-p", "d-q", "n-u" e "a-e". A dificuldade pode ser ainda para letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos: "d-t" e "c-q", por exemplo.
Na lista de dificuldades dos disléxicos, para o diagnóstico precoce dos distúrbios de letras, educadores, professores e pais devem ter atenção para as inversões de sílabas ou palavras como "sol-los", "som-mos" bem como a adição ou omissão de sons como "casa-casaco", repetição de sílabas, salto de linhas e soletração defeituosa de palavras.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

TESTE PARA SINDROME DE IRLEN

Marque cada resposta em relação a você durante atividades de leitura: SIM NÃO 01. Você salta palavras ou linhas quando lê? 02. Você relê palavras ou linhas? 03. Ao ler um texto, você perde a parte onde estava? 04. Você se desliga do que está lendo com frequência? 05. Quando está lendo, você precisa de fazer intervalos? 06. Você sente que a leitura fica mais difícil na medida em que você lê? 07. Você fica com dor de cabeça quando lê? 08. Quando você lê, seus olhos ficam ardendo, com sensação de areia ou lacrimejando? 09. Ler o(a) deixa cansado(a)? 10. Você pisca, aperta os olhos ou franze a testa ao ler? 11. Você prefere ler em ambiente menos iluminado? 12. Você lê com a página muito perto dos olhos? 13. Você usa o dedo ou um objeto para ir marcando onde está no texto enquanto está lendo? 14. Você fica agitado, hiperativo ou mexe muito quando lê? Obs. A partir de 3 (três) respostas com SIM, há indicação da necessidade do teste completo, com avaliação profiss

DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO OU DE PROPRIOCEPÇÃO

Prof.Dr.Paulo Ricardo Souza Sampaio Prof.Assistente de Oftalmologia da FMABC Médico Oftalmologista A Dislexia de Propriocepção, também chamada de Síndrome do Déficit Postural, é definida como uma “perturbação da aprendizagem da leitura que surge apesar de inteligência normal, ausência de perturbações sensoriais ou neurológicas, de instrução escolar adequada e de oportunidades socioculturais suficientes. È, portanto, uma perturbação das aptidões cognitivas fundamentais, freqüentemente de origem constitucional” (Federação Mundial de Neurologia). Por propriocepção entendemos como a apreciação da posição, do equilíbrio e das suas modificações pelo sistema muscular (não confundir com somestesia, termo que designa a sensibilidade dos diversos estímulos sofridos pelo corpo com exceção dos provenientes dos órgãos sensoriais). O sistema visual permite a colocação em pratica de mecanismos dos quais um dos papéis essenciais é tornar conscientes as imagens que nos rodeiam e nos interessam.

TRATAMENTO GRATUITO EM SÃO PAULO PARA TDAH

São Paulo – Atendimento público - gratuito • PRODATH - Projeto de Déficit de Atenção e Hiperatividade (adultos) Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 225 - ambulatório térreo - HC - USP Cerqueira César - SP CEP: 05403-010 Tels: (11) 3088-4314 (MARCAÇÃO DE CONSULTAS) ou 3069-6971 Horário de atendimento: 8 às 16h Coordenador: Dr. Mário Louzã Neto • ADHDA - Ambulatório para Distúrbios Hiperativos e Déficit de Atenção (crianças e adolescentes) Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência - HC - USP Av. Dr. Ovídio Pires de Campo, s/n - CEP 05403-010 Telefone : (11) 3069-6509 ou 3069-6508 Coordenador: Dr. Ênio Roberto de Andrade