Distúrbio compromete leitura, escrita e preenchimento de gabaritos pequenos; portador precisa provar distúrbio com laudo médico.
As letras se embaralham, os números se invertem e nenhuma pergunta faz sentido. Escrever redação?
As ideias parecem não querer se fixar no papel. Esse é o retrato do nervosismo na hora da prova para muitos vestibulandos. Mas para os disléxicos, isso é o que acontece sempre que precisam escrever ou ler algo, por mais simples que seja o texto, ou por mais que dominem o assunto. Para compensar essas dificuldades, muitos vestibulares oferecem a eles condições especiais de exame como tempo extra para responder às questões.
O disléxico normalmente:
Demora para se alfabetizar e mesmo adulto, lê com erros;
Confunde letras e números de formato parecido (b, p e d, por exemplo);
Escreve com dificuldade, ‘come’ ou inverte letras ou palavras;
Tem problemas de memória e concentração;
Vê dificuldade em conceitos abstratos;
Confunde esquerda e direita e se perde;
Tem talentos especiais (música, artes plásticas, ciências);
Tem dificuldade com línguas estrangeiras.
“Não é justo que o candidato esteja bem preparado, domine o assunto, mas não consiga fazer a prova por ter dificuldade para preencher o gabarito”, diz Maria Angela Nico, coordenadora científica da Associação Brasileira de Dislexia.
Ela explica que os portadores do distúrbio encontram dificuldades para realizar tarefas que, para os outros, são simples. “O candidato pode saber tudo de história, mas não conseguir pôr no papel.”, explica.
Para Maria Angela, escolas e universidades deveriam aplicar avaliações alternativas aos candidatos – o que não significam provas mais fáceis. “Eles podem realizar exames orais, por exemplo. O disléxico compreende perfeitamente bem, a dificuldade é com a escrita”, explica.
Aprovado no vestibular da Universidade de Brasília (UnB) na quarta tentativa, Darby Lima, diagnosticado com dislexia, conta que “embaralha” letras e números. “Queria escrever 41 e acabava escrevendo 4i, por exemplo”, diz.
Para esses candidatos, os principais vestibulares do país oferecem condições especiais na prova. Na Fuvest, que seleciona alunos para a Universidade de São Paulo (USP), os candidatos disléxicos têm 20% a mais de tempo extra para realizar a prova.
Nos vestibulares da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), além do tempo extra os candidatos têm ajuda de profissional capacitado para ler o exame ou transcrever as respostas – o vestibulando dita, o auxiliar escreve.
Na Universidade de Brasília (UnB), essas condições não se limitam ao vestibular. Programa de apoio ao portador de necessidades especiais garante aos estudantes com dislexia auxílio nas provas e trabalhos durante toda a graduação.
É preciso se informar das condições especiais de exame já no ato de inscrição. As instituições pedem laudos médicos com o diagnóstico da dislexia para conceder os benefícios. Associações de apoio ao disléxico fazem os exames de maneira gratuita para pessoas de baixa renda.
O diagnóstico e o tratamento são complexos e exigem equipes multidisciplinares – normalmente, formadas por neurologistas, pedagogos, fonoaudiólogos, psicólogos e oftalmologistas. Pessoas de baixa renda podem fazê-lo gratuitamente em ONGs e associações de apoio ao disléxico, como a ABD.
Fonte: Bruno Aragaki - Guia do Estudante
As letras se embaralham, os números se invertem e nenhuma pergunta faz sentido. Escrever redação?
As ideias parecem não querer se fixar no papel. Esse é o retrato do nervosismo na hora da prova para muitos vestibulandos. Mas para os disléxicos, isso é o que acontece sempre que precisam escrever ou ler algo, por mais simples que seja o texto, ou por mais que dominem o assunto. Para compensar essas dificuldades, muitos vestibulares oferecem a eles condições especiais de exame como tempo extra para responder às questões.
O disléxico normalmente:
Demora para se alfabetizar e mesmo adulto, lê com erros;
Confunde letras e números de formato parecido (b, p e d, por exemplo);
Escreve com dificuldade, ‘come’ ou inverte letras ou palavras;
Tem problemas de memória e concentração;
Vê dificuldade em conceitos abstratos;
Confunde esquerda e direita e se perde;
Tem talentos especiais (música, artes plásticas, ciências);
Tem dificuldade com línguas estrangeiras.
“Não é justo que o candidato esteja bem preparado, domine o assunto, mas não consiga fazer a prova por ter dificuldade para preencher o gabarito”, diz Maria Angela Nico, coordenadora científica da Associação Brasileira de Dislexia.
Ela explica que os portadores do distúrbio encontram dificuldades para realizar tarefas que, para os outros, são simples. “O candidato pode saber tudo de história, mas não conseguir pôr no papel.”, explica.
Para Maria Angela, escolas e universidades deveriam aplicar avaliações alternativas aos candidatos – o que não significam provas mais fáceis. “Eles podem realizar exames orais, por exemplo. O disléxico compreende perfeitamente bem, a dificuldade é com a escrita”, explica.
Aprovado no vestibular da Universidade de Brasília (UnB) na quarta tentativa, Darby Lima, diagnosticado com dislexia, conta que “embaralha” letras e números. “Queria escrever 41 e acabava escrevendo 4i, por exemplo”, diz.
Para esses candidatos, os principais vestibulares do país oferecem condições especiais na prova. Na Fuvest, que seleciona alunos para a Universidade de São Paulo (USP), os candidatos disléxicos têm 20% a mais de tempo extra para realizar a prova.
Nos vestibulares da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), além do tempo extra os candidatos têm ajuda de profissional capacitado para ler o exame ou transcrever as respostas – o vestibulando dita, o auxiliar escreve.
Na Universidade de Brasília (UnB), essas condições não se limitam ao vestibular. Programa de apoio ao portador de necessidades especiais garante aos estudantes com dislexia auxílio nas provas e trabalhos durante toda a graduação.
É preciso se informar das condições especiais de exame já no ato de inscrição. As instituições pedem laudos médicos com o diagnóstico da dislexia para conceder os benefícios. Associações de apoio ao disléxico fazem os exames de maneira gratuita para pessoas de baixa renda.
O diagnóstico e o tratamento são complexos e exigem equipes multidisciplinares – normalmente, formadas por neurologistas, pedagogos, fonoaudiólogos, psicólogos e oftalmologistas. Pessoas de baixa renda podem fazê-lo gratuitamente em ONGs e associações de apoio ao disléxico, como a ABD.
Fonte: Bruno Aragaki - Guia do Estudante
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