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Dislexia em Adultos

*Se você está lendo este texto, já foi diagnosticado e gostaria de esclarecer algumas dúvidas ou

*Talvez tenha um filho disléxico, e gostaria de prever seu futuro.

*Ou então é profissional que atua na área, e gostaria de obter mais informações sobre o tema.

*Algumas questões de destaque tentarão cobrir as principais dúvidas.

Uma vez disléxico...sempre disléxico?

Estudos em outros países demonstram que este é um distúrbio de aprendizagem de natureza persistente. O disléxico mantém seu padrão de dificuldade através dos anos, a não ser que tenha recebido instrução específica eficiente e continuada, e que concomitantemente tenha desenvolvido estratégias de compensação. Dependendo da situação, o disléxico se torna mais ou menos eficiente em tarefas de natureza gráfica.
O que pode mudar, assim, é o grau de manifestação do distúrbio.

É possível melhorar agora?

Um trabalho regular com professora sistemática, compreensiva, altamente motivadora e engajada pode ser muito efetivo. A intensidade e frequência são muito importantes: dois a três encontros semanais de duração média de uma a duas horas diárias; por um período de 1 a 3 anos – estão entre as recomendações dos especialistas.
Um programa de instrução explícito deve ser selecionado e seguido, incluindo:
*Consciência Fonológica - sons e suas características de combinação,
*Ortografia - uso de palavras chave, distinção entre vogais e consoantes, dígrafos, e demais regras de grafia,
*Vocabulário - pré-requisito para compreensão, palavras derivadas, sinônimos e antônimos, Gramática - prefixos, sufixos, conjugação verbal,
*Sintaxe,
*Compreensão - estratégias de reconhecimento prévio do texto, como leitura de títulos e subtítulos, palavras em destaque, observação de gráficos e figura, enfim, indicadores do conteúdo e contexto do texto a ser lido,
*Produção de Textos - geração de palavras-chave, organização de idéias, coerência, abertura e fechamento,
*Pontuação - Entonação na Leitura e Escrita.

Como estratégias de apoio, utilizar a área de interesse e atuação do indivíduo: esportes, culinária, economia, turismo; usando jornais, revistas, manuais, guias informativos, bulas, e-mails enfim uma seleção de material que seja parte do dia-a-dia do indivíduo, que desperte a atenção, interesse e a motivação deste.

As mesmas bases da instrução infantil devem guiar a instrução adulta, utilizando abordagem multisensorial dirigida e estimulando ambos hemisférios cerebrais.
A utilização do computador com recursos de auto-correção é altamente recomendável, sempre que seja de interesse e relevância .

A genética importa?

A dislexia tem uma forte base genética, trazendo com ela as ilhas de dificuldades e os oceanos de habilidades que a caracterizam .

Como fica a auto-estima?

Dependendo de como transcorreram os primeiros anos de instrução, da gravidade do distúrbio, da reação dos professores e pais, da própria força interior de cada indivíduo, e da habilidade e manejo de estratégias de compensação, o impacto do déficit deixa maiores ou menores seqüelas na auto-estima. Alguns se lembram vividamente de apelidos que lhes foram atribuídos, ou expressões desabonadoras que deixaram grandes conseqüências; outros simplesmente suprimiram estas memórias.
A compreensão do quadro auxilia na luta contra sentimentos negativos, de inadequação e incompetência.
Lembre-se do poder do conhecimento; quanto melhor estiver informado o portador de dislexia, mais equipado estará para direcionar seus esforços de fortalecimento e compensação.

Só Leitura e Escrita?

As dificuldades na esfera da Memória Verbal costumam ser outra área de impacto na dislexia, gerando confusões entre nomes semelhantes, muitas vezes provocando situações embaraçosas. Novamente, o fortalecimento da Atenção e o desenvolvimento de estratégias Visuais podem ser de grande auxílio – os exercícios comumente recomendados para fortalecimento de memória se aplicam aqui. O uso de agendas, listas e anotações funcionam como auxiliares, evitando confusões de nomes, datas, direções, endereços, e outras.
Outras áreas de performance podem também estar afetadas. Recente artigo em revista internacional menciona até dificuldades ao dirigir, principalmente devidas ao maior tempo de reação ante placas de sinalização e confusões de direção entre direita e esquerda.

Comemorar ?

Sim, o disléxico tem como predominante característica a dificuldade no manejo da palavra conquanto símbolo gráfico.
Em contrapartida tem,
*Ótima noção de situação, com seu senso de contexto e oportunidade,
*Aguçada percepção da tônica do momento, com apurada intuição e sensibilidade,
*Excelente memória fotográfica e orientação espacial,
*Grandes habilidades como estrategista e visão de conjunto,
*Importantes habilidades sociais e empatia,
*Desenvolvida competitividade e perfeccionismo,
*Natural criatividade e inventividade,
*Enorme alegria e espontaneidade,
Que o tornam ... um vencedor!

Fonte: Silene Salem Nastas
Fonoaudóloga

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Tempo extra nos vestibulares

As universidades sempre respeitam esse direito. A Comissão Permanente dos Vestibulares da Universidade Estadual de Campinas (Comvest/Unicamp), por exemplo, avalia cada caso individualmente para poder atender aos disléxicos de maneira adequada durante as provas. Os candidatos devem avisar a instituição durante a inscrição e devem comprovar a situação através de laudo oficial, assinado por médicos. Segundo a assessoria de imprensa da Comvest, como cada um tem uma necessidade específica, o procedimento vai depender do grau de dificuldade que eles têm. Mas a universidade disponibiliza desde tempo maior de prova, até leitores e escrevedores, se for o caso. No vestibular 2008, a Unicamp atendeu 16 disléxicos na primeira fase, sendo que quatro foram convocados para a segunda etapa. Na Fuvest, fundação que realiza o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), o número de candidatos disléxicos tem aumentado a cada ano. Segundo o professor Roberto Costa, coordenador do vestibular, no processo...

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